domingo, 30 de novembro de 2003

Piurço?

Vi agora o meu "post" e achei piurço uma palavra muito estranha. Como raios é que se escreve piurço? Piurso? Peurso? Peursso? Foda-se, parece uma palavra sueca!

Domingo de manhã?!?

O Roso mandou-me uma mensagem às 11 horas. Fiquei piurço. Deitei-me às 5 e não me apetecia nada dormir só 6 horas. Fui obrigado a antecipar a minha hora de relaxação a dois que estava prevista para nunca antes da uma da tarde. Não percebi porque raios me mandava ele aquela mensagem. Que raios tenho eu a ver com o Nuno? Depois de lhe responder pensei que se calhar era código. Com o Roso nunca se sabe. Resolvi dizer-lhe que os nossos projectos para domingo de tarde só começariam lá para as 4 da tarde. Antes não dá que ainda tenho de passear pela net e escrever umas merdas no blogue. O correspondente ao cigarro do Roso antes do duche.

segunda-feira, 24 de novembro de 2003

O Chiquinho da Caixa.

O Chiquinho da Caixa comprou um Jaguar. Na sexta-feira fui lá para fazer umas transferências e ele perguntou-me se eu estava contente com a minha máquina. A minha cara de surpresa - nunca falei de carros com o Chiquinho e até estava convencido de que ele prefere transportes públicos - deve ter-lhe feito perceber que eu já devia ter trocado de carro desde a última vez - de que não me lembro - que falámos desse assunto. "Tu ainda tens o Porsche?", indagou. Expliquei que não, que graças a Deus agora tinha um carro que em que as varetas de regulação da direcção não empenavam e que permitia fazer viagens com mais do que uma escova de dentes e uma namorada.
O nome Subaru só soltou um pequeno "ah" ao Chiquinho que coçou a barba mal feita, ajeitou o cinto para cima da barriga e sorriu com ar de jogador de golfe. "Eu recebi anteontem o meu Jaguar". Disse-lhe que ai sim?, disse-lhe que era um carro fixe e que tinha uns bons interiores. Ele concorda e acrescenta que as madeirinhas são maravilhosas, mas que esteve quase a bater no carro da frente num semáforo porque estava a dar brilho à nogueira do porta-luvas com um paninho próprio que eles vendem lá na Jaguar. E foi lá também que acabou por comprar os tapetes, apesar de serem caros, porque tu não imaginas, estes tapetes que eles vendem têm três pontos de fixação para não escorregar quando tu mexes com os pedais. Mas não são uns pontos de fixação quaisquer: estes são virados para fora, porque assim o tapete não encorrilha.
Tá visto, os ingleses estão a bater os alemães e os japoneses na guerra tecnológica.

quarta-feira, 19 de novembro de 2003

É tão bom ser magnânimo!

Comprei um Fiat Uno velho ao Roso. Todo podre. Por um euro. Pensava fazer umas coboiadas e uns piões mas afinal nem sequer conseguimos chegar com ele ao controle técnico. Ou melhor, chegámos mas a chave ficou dentro da fechadura da porta do condutor e foi preciso empurrá-lo até à entrada do serviço de controle. "Você onde pensa que vai com o carro assim?", disse o luxemburguês mal encarado que tem como função assustar os rapazinhos do "tuning". "Nós queríamos ver se o senhor nos empresta um pé-de-cabra; a chave partiu na fechadura...". O homem não se deixou convencer e insistiu que tínhamos que tirar aquele "esterco" dali...
Conseguimos entrar pelos buracos da ferrugem da porta do lado direito para descobrirmos logo a seguir que o canhão da ignição podia ser activado com o toco de chave que sobrava. Fixe! Levámos o carro para a garagem do António para ser reparado.
O António telefonou-me na semana passada: "tens ali reparação para mil euros. Que faço?". "Deita fora", disse-lhe eu. O António explicou que aqui no Luxemburgo não se deitam carros fora. Não há buracos de pedreiras onde depositar velhos automóveis e mesmo que houvesse a bófia apareceria de certeza em casa do último do dono para lhe pedir educadamente que fosse tirá-lo do buraco. Havia sempre a possibilidade de entregar o carro a uns sucateiros belgas que - como os tugas - ainda ficam com carros sem lhes pagarmos um tusto, mas é sempre preciso pagar o transporte... (O António não concebe que um doido varrido pudesse pegar no carrinho, pô-lo a trabalhar e levá-lo pelo seu próprio motor até ao sucateiro. Não faltava mais nada, afinal é um carro proibido de circular!).
"Espera até à próxiam visita do sucateiro", disse-lhe eu, tentando poupar uns cobres.
O António telefonou-me hoje para dizer que o sucateiro pede 50 euros para ir buscar o carro, e acrescentou que um dos seus mecânicos estaria interessado em recuperar o carro nas horas vagas e oferecê-lo à mulher. "Quanto pedes pelo carro?", perguntou-me o António. "É cadô", disse-lhe eu espontaneamente. Senti-me bem comigo, mas já me arrependi. Afinal perdi um euro no negócio!

segunda-feira, 17 de novembro de 2003

Thank you Mr. Alves!

I was incredibly happy to hear from Mr. Alves. Mr. Alves is the living proof that there is life with a girlfriend (at least I hope so). E fiquei ainda mais contente quando vi que o senhor Alves, um portista sectário, manifesta ainda uns grãos de capacidade crítica que lhe permitiram perceber que dragão é mais nome de cão que de estádio. E que as desculpas do tipo "o povo gosta" são as mesmas que fazem viver a música pimba nos nossos ecrãs. Mas, afinal, não é o futebol uma das mais pimba de todas as actividades humanas?

PS - Um dia destes hei-de voltar a este tema. Ontem estive a pensar nisto das seitas e dos pimbas. Quase sempre andam de mãos dadas. E como dizia ontem o presidente da junta de uma freguesia do Porto, o futebol é a religião da nossa época. A mim parece-me que preenche a maioria dos critérios de definição das seitas.

domingo, 16 de novembro de 2003

Title? You can call me Mr Alves...

Muitas vezes penso que a vida é feita destas coisas, ou seja, de projectos a que nos dedicamos num início, mas que depois como por obra e graça do próprio movimento da terra, deixamos esmorecer e acabam por cair vertiginosamente no nosso chart de prioridades. Passados uns tempos temos a mesma reacção, seja qual for o tema: "eh pá, aquilo até era engraçado, mas não sei... !"
Mas, caros ex-futuros-ex-co-bloggers, não se traumatizem... não é por culpa da vossa esforçada (e quase sempre interessante) prosa. Isto já aconteceu antes: a namoradas, a hobbies mais ou menos idiotas, a colecções, a desafios (intelectuais ou não) que me fui colocando ao longo da vida... enfim, isto para dizer que este será um fenómeno conhecido, portanto não surpreendente, e não causado por nenhum evento ou momento mágico que veio retirar interesse a esta janela sobre o vosso/meu mundo. Como se diz na minha terra: é a p*** da vida...
Escrevo estas linhas no momento em que é inaugurado o novo estádio das Antas (estádio do dragão?? Ó Jorge Nuno, passaste-te) e no exacto momento em que dei por mim a planear visitas assíduas e periódicas (quinzenais, no mínimo) . Here we go again... e daqui a alguns meses, naaaaaaaaaaaaa... vou antes jogar o meu basket semanal, porque sim!
Entendem? É a lei da vida... os altos e baixos de interesses vários que compõe o nosso mais ou menos preenchido quotidiano.
De qualquer forma este blogg merece um pouco mais e, portanto, nesta fase de recobro do nosso querido blogg, proponho a campanha "Trás um amigo também", segundo a qual cada um de nós terá que convencer um amigo a escrever umas linhas aqui. Alguém de novo, que nunca tenha contribuído para a causa e (de preferência) que tenha alguma coisa para dizer.
Precisamos de ganhar massa crítica, caso contrário não creio que este blogg resista a uma recidiva.
Até amanhã camaradas, conto convosco.
(duas claras referências de esquerda neste meu post, estarei a ficar doente?)

quinta-feira, 13 de novembro de 2003

E se na rua o seu chefe lhe oferecer flores?

Isso é um impulso irresistível que lhe deu depois de descobrir o que a tua mente andou a maquinar ultimamente: nada mais nada menos que inundar o seu prazenteiro e institucional cocktail de fim-de-ano - assim uma coisa própria para tailleurs cinzentos e conversas sobre trabalho - com um serviço de catering baseado em amêijoas e um oh so typical rancho folclórico para animar a coisa. E depois das duas uma, ou te oferece mesmo as flores pelo brilhantismo ou deixa de ser teu chefe (porque de repente te passou a achar mais apropriado para a delegação da Mongólia Exterior). De uma forma ou de outra, foi o último convite para festas de Natal que recebeste: há quem deteste que lhe caia um rancho na sopa, ou mesmo no cocktail.

Renascer.

Por vezes basta uma minhoca. Uma minhoquita insignificante para que tudo mude. Por vezes, o simples gesto de nos desviarmos dela faz-nos sentir bondosos, importantes ou poderosos. Desta vez a Minhoca fez-me acreditar no futuro. No futuro deste blogue que eu senteciei à morte depois de dias desesperados à espera que alguém o alimentasse. Mas não. O blogue definhou e morreu. Mas hoje, uma minhoquinha daquelas em que ninguém repara saiu da sua toca e escreveu meia dúzia de linhas sobre a FLF (para os menos atentos trata-se da Federação Luxemburguesa de Futebol) e a minha tensão aumentou, os dedos tremeram e exclamaram com tremuras: escreve também, escreve!

Espírito

Como toda a gente sabe, a FLF respeita os seus próprios Estatutos. Respeita-os mesmo bem de mais: não lhe segue tanto a letra, vai mais pelo seu espírito. Foi assim quando se tratou da adesão de clubes a cheirar a sardinha assada – os Estatutos não mencionam a origem étnica dos candidatos a membro mas, no seu espírito, é avesso a maus cheiros e a mãos calejadas. Mas para a turingada, não. Ou seja, quando há dias foi preciso queimar o chouriço da direcção sem chamuscar muito as mãos (isto é, correr com o Roemer sem levantar o braço), os senhores delegados atiraram os Estatutos para o lixo e impuseram uma votação secreta. Uma questão de espírito.

quinta-feira, 6 de novembro de 2003

R.I.P.

Este blogue morreu. Eu, na qualidade de único contribuinte desde há tempo demais, aqui declaro que o Luxemburgo Oficioso é um blogue extinto, falecido, passado. A todos aqueles que de vez em quando aqui vinham e que deixaram de vir por lógica falta de interesse em ler pela segunda vez um "post" ressesso de uma semana as nossas mais sinceras desculpas. As intenções eram boas, mas tal como o tesão matinal, dura pouco e não resiste a uma retrete.
Penitencia-te Hugo por teres lançado a ideia mas não a teres regado como ela pedia. Penitencia-te Bruno por nunca teres postado uma só ideia. Penitencia-te Nando por não encontrares tempo entre duas edições electrónicas do Público. Penitencia-te Roso por reciclares velhos textos e não ter a vontade de produzir para este novo meio. Penitencia-te Pedro por teres arranjado uma namorada e esqueceres que o mundo continua a girar. Penitencia-te André por esqueceres o Luxemburgo só porque estás no Porto. Penitencia-te Filipe por nunca teres participado, assim como a Sílvia, o Manel e outros tantos que podiam ter enriquecido estes ecrãs.
Resta um consolo: este blogue vai encontrar o seu espaço no cemitério dos mesmos, entre um tipo de Penedono que escreve sobre o cultivo de maçãs rainetas e uma rapariga de Évora que escreveu pela última vez no seu blogue na semana passada quando perdeu a virgindade: "Agora já não preciso disto. Obrigado".