domingo, 21 de dezembro de 2003

Ia escrever umas linhas mas... não sei se seria aprovado pelo superior conselho dos sábios!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Limpeza ética.

Este blogue está a precisar de uma limpeza. Este blogue devia ter regras. Estritas, daquela que ninguém pode nem deve questionar. Este blogue está a precisar de um Hitler para pôr ordem nesta merda. Mas está também a precisar de um Kant e de um Voltaire e de um Cesário Verde. Gajos que escrevam. Gajos que tenham ideias e que ainda se lembrem delas quando se sentam diante de um computador. Este blogue não precisa de pequenas ejaculações de raiva ou prazer. Este blogue precisa de comentários. Mais do que isso, precisa de opiniões. Este blogue precisa é de novos bloggers.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

E eis-nos perante o maior ataque pessoal da história recente portuguesa. Desde o assassinato do General Humberto Delgado que não se via nada igual.
Mas eu resisto...
Por falar nisso: mandei-vos à merda recentemente? Não? Então ide, ide meus filhos!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

A idade do gelo.

O frio está aí. As últimas noites foram negativas. Fiquei em casa a requentar para não esfriar as orelhas. A minha namorada está quentinha. Faça chuva ou faça sol. Adormeci. Mas não sem antes dedicar esta treta ao Pedro que deve estar a pensar em beijos e abraços.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

A filha do Roemer.

Roemer é apelido e de nome é Henri. O senhor em questão é presidente da Federação Luxemburguesa de Futebol (FLF) há tempo que chegue. Foi posto no olho da rua porque pelos vistos havia uns escândalos mal contados. Pelos vistos não era grave por o senhor Roemer é de novo candidato á liderança da maior federação desportiva do Grão-Ducado.
Roemer ficou conhecido nos meios portugueses por causa da sua oposição inflexível à adesão dos clubes de origem portuguesa à FLF. Foi ele que protagonizou o congresso dos amordaçados e as muitas reclamações de Benficas, Boavistas, Bragas e outras agremiações que desejavam jogar com os grandes deste país pequeno. Roemer negou, esgrimou argumentos indefensáveis e aguentou mesmo com uma acção judicial que a falatd e vontade dos clubes portugueses deixou definhar e evaporar-se.
Muitos se colocaram a questão: que faz correr Roemer? Porque assumiu o presidente da FLF uma posição tão declaradamente contrária à entrada dos tugas com as suas cores na FLF? O presidente podia ter deixado a questão em aberto e pedir aos clubes federados que reflectissem e votassem livremente a entrada dos clubes lusitanos.
A resposta foi dada na semana passada quando Henri Roemer explicou a um diário luxemburguês o mecanismo de tomada de decisões que o rege. "Primeiro pergunto à minha mulher e depois aos meus filhos", explicou a propósito da sua eventual recandidatura à presidência da FLF. Neste caso a sua mulher seria favorável e o filho opunha-se, parece que a filha acabou por desempatar já que ontem Roemer disse que vai apresentar uma lista.
Está visto que a culpa da não adesão dos portugueses à FLF se deve à oposição da filha de Roemer. Certamente por vingança quanto a algum português mais manguelas que a deixou sem novas depois de uma bela noite de sexo...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

ACORDEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMMMMMMMMM !!!!!!!!!!!

Já sei que elevei demasiado a fasquia, mas que tal um postezito de vez em quando???

terça-feira, 9 de dezembro de 2003

Noite

E disse amo-te mas não sei se me ouviste, e nesse momento, à medida que a noite chegava ao fim e eu tentava adormecer, senti pela primeira vez que a vida passava em mim. E senti a corrente, o ruído que o sangue faz ao passar-nos nas veias, senti que a vida pode ser algo de concreto, físico, que nos ocupa, que cria um sentimento supremo de existência material.

Quarto escuro, 5h36 da manhã. Frio. O momento de união entre almas que deveriam partilhar a vida. Não me respondeste, não me respondas. É a tranquilidade do teu sono que me diz que tenho uma vida. Contigo.

Adormeço. Sonho. Contigo.

Existirá morte para além da vida?

Existo eu, a vida que vive em mim. A felicidade de saber que existo. Contigo.

O medo de perder não existe. Não te posso perder, és minha como a vida que vive em mim. Não existo sem vida, não existo sem ti. E estou contigo. E vivo.

E os sofrimentos remotos. Ousei fechar os olhos, arrisquei perder a vida que nesse momento existia em mim. E sonhei.

Sonhei que a minha vida seria sempre assim, finalmente real, finalmente elevada a um estado insensível aos sentimentos menores.

Acordei. Olhei. Admirei. Beijei.

E senti que a vida continuava.

domingo, 7 de dezembro de 2003

As casas do Avelino.

São uma certeza e uma garantia para o viandante mais esfomeado. Seja no Good ou no Perroquet a qualidade estâ quase sempre presente. Ainda hoje o Ip se deliciou com uma bifanga que não lhe cabia no prato e que tão pouco encontrou lugar no estômago tão grande ela era. O leitãozinho também estava bom e se não fosse o facto de termos decidido não beber vinho, tinha sido um repasto melhor que o da véspera no prestigiado Um Plateau.
Por falar em Plateau, podem tirá-lo da lista dos bons endereços luxes. Já foi, já era. O sítio continua enfeitiçante mas a comida piorou e o ambiente desapareceu. Já não se vê a clientela que outrora vinha ver o patrão e que frequentava o Plateau como se fosse um clube de amigos à moda britânica. Resta o espaço, capaz de impressionar qualquer namorada por muito refinada que seja, embora uma vez eu tenha lá ido com uma miúda que nem vinte anos tinha e que continuou a ignorar-me olimpicamente. Comme quoi, nem sempre pela boca morre o peixe e ficou demonstrado que as mulheres nnaos e conquistam pelo estômago nem pelo conforto dos bancos de veludo vermelho.

sábado, 6 de dezembro de 2003

Trinta e tantos.

Comprei ontem um livro engraçado porque não me apetecia ler nada sério. Chama-se Turning Thirty e o seu autor, Mike Gayle, já tem no currículo My Legendary Girlfriend e Mr. Commitment. São uma espécie de livros de receitas de vida inspirados pelo mega-êxito de Bridget Jones. Só que estes são para rapazes.
Turning Thirty é para aqueles que, como eu, estão quase a chegar aos quarenta, mas ainda não se adaptaram bem à ideia de ter trinta, uma namorada fixa (ou mesmo uma mulher!) e um armário para as garrafas de vinho e passo a citar.
"Os armários para garrafas de vinho são feitos para guardar mais de uma garrafa, alguns podem guardar uma dúzia, ou mesmo duas. A quantidade não importa. O importante aqui é que grandes questões se levantam quando alguém exprime o desejo de adquirir um armário para garrafas de vinho:
1) Quem raios pode comprar 12 garrafas de vinho bom de uma vez?
2) Quem (partindo do princípio que as pode comprar) será capaz de ter uma dúzia de garrafas de vinho em casa, regressar do trabalho e resistir à tentação de as consumir todas?
3) E, finalmente, quem é que pode achar armários para garrafas de vinho uma boa ideia?
A resposta ao ponto 3 – e por acaso também aos pontos 1 e 2 – é, evidentemente, gente dos trinta, os trintões, os trinta e coisas, as pessoas que antes eram vinte e tais e que agora... bem, já não são tão vinte como isso. Pessoas que trabalharam já durante alguns anos, que mostraram vontade de vencer para poderem comprar montes de garrafas de vinho, metê-las em armários para garrafas de vinho de design em cozinhas suecas cheias de estilo e... sobretudo não beber as garrafas de vinho. Bem, não todas de uma vez. Os trintões têm a arte de saber demostrar autocontrolo, gosto belas coisas refinadas da vida, e mesmo maturidade."

sexta-feira, 5 de dezembro de 2003

And now for something completely different.

So' para dizer ao Pedro que eu tambem podia ter urinado nos luxury washrooms do harrods esta tarde sem pagar, mas nao resisti ao charme do indiano eunuco que limpava com afinco os marmores e que me abriu a torneira da agua quente enquanto me perguntava se queria perfume do Ferre ou Gauthier. Disse que nenhum e que muito obrigado, enquanto procurava com a mao esquera uma moeda de uma libra que isto em Londres menos que uma libra nao conta e eu ainda estou com os bolsos cheios de cascalho que nao serve para rigorosmanet nada, nem sequer para meter neste terminal de computador de moedas que so acieta pounds e duas pounds.

O poeta regressou 'a messe.

Antes de mais nada desculpem-me este post sem acentos mas os computadores do London City Airport nao estao preparados para bloggers portugueses e eu ja nao me lembro como se fazem nascer as letras acentuadas com combinacoes de teclas esquisitas.
O que me leva a escrevinhar estas linhas e' a alegria de ver a Minhoca. Eu que gosto tanto da natureza, das arvores e das flores e de perpetuos amores regozijei-me em voz alta quando vi que a minhoca tinha postado um post. O senhor de oculos grossos sentado no computador ao meu lado sorriu solidario mas manifestou uma certa preocupacao la no fundo dos olhos dioptericos.
A minhoca esta' de volta e com veia poetica. O que nao faz um palmo de cara e muitos palmos de perna. O que nao faz uma ausencia que e' dolorosa pois e', mas que deixa lugar para alegrias esquecidas. Que o diga o Ip que ja nao se lembrava como era divertido sair com a minhoca a passear, a calcorrear as ruas do burgo sem destino e sem ancoras, como diria e muito bem a minhoca.
Pode ser que a minhoca tenha percebido que ha muitos buracos que dao vontade de visitar e muitas vistas que apetecem admirar. Pode ser que a nossa minhoca afinal ainda tenha cura e se retese mesmo quando voltar ao quentinho do buraco, porque percebeu que afinal ha lugar para tudo nesta vida.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2003

Apresentaaaar... arma!

O meu general tenha paciência, mas o sargento ao rancho acabou de me dizer que a dobrada está com bolor e o feijão tem bicho. Portanto, não vai haver tripalhada. Os mancebos, se quiserem comer, têm de ficar em casa da mãe que por aqui o ar continua limpo.
Pezinho na estrada. Pezinho no passeio. Mãozinha na testa. Mãozinha na peida. Posso atravessar? Sim, filho, podes. E não me vais atropelar, meu bruto? Não, tu vales bem menos de um buraco. Na minha carta de condução, claro. Mais a mais, essas faixas brancas que alguém pintou no macadão querem dizer isso mesmo: proibido atropelar.
e se eu não te tivesse conhecido?
se eu não tivesse visto o teu sorriso
as muitas cores do céu seriam as mesmas?
haveriam de correr como correm os incógnitos
e se eu não tivesse provado o teu olhar?
teriam possivelmente os mesmos olhos lido
antes deles outros veres
com a mesma razão de leitura.
Deeeeeestroçar! O meu almirante tenha paciência mas o oficial ao portaló está com náuseas, não suporta o balançar do barco. Será possível acabar com o baile na messe dos milicianos, ou pelo menos adiá-lo até o mar ficar mais calmo?

terça-feira, 2 de dezembro de 2003

Alô Dona Rosa!

Oh que responsabilidade! Eu pessoalmente tenho dificuldades imensas para arcar nos meus delicados ombros, e sobretudo sobre a minha maltratada coluna, a pesada responsabilidade que é a de este blogue ser uma espécie de embaixador da diáspora tuga no Lux. Lêem-nos nos States? No way, José, eu vou começar a tremer quando me sentar em frente ao teclado. Perguntam-nos coisas desde Portugal sobre as oportunidades de vida e obra no Luxemburgo?
Pois lêem; pois perguntam.
Eu não jogo mais. Este blogue era para ser entre amigos, meus senhores. Vossas mercedes que aqui clicam de tão longe desiludam-se: deste blogue não vai sair nada de interessante. De aqui não vamos ajudar Portugal, ó Zero. De aqui não vamos explicar a futuros migrantes como arranjar casa no Grão-Ducado (toda a gente sabe que não há). De aqui não vamos dignificar nada nem ninguém.
Uma das razões é que sou eu que mais escrevo nestes ecrãs, porque os outros co-bloguistas são uns tanguistas. Que têm muito trabalho. Que acham que isto nem tem graça. Que dizem que amanhã é que vai ser. E se fosse hoje?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2003

Big Apple

Corre por aí que as empresas portuguesas têm grandes dificuldades para saltar a fronteira e entrar no mercado espanhol - a tal ponto que o nosso Presidente, na sua última visita oficial às Puertas del Sol, se viu na necessidade de meter uma cunha por elas. Mais simples do que isso seria que os empresários portugueses aprendessem com este blogue: sempre um passo à frente, já não nos importamos com Espanha, França ou mesmo Alemanha; atacamos directamente onde interessa e granjeamos leitores na cidade das cidades, Nova Iorque. As últimas informações privilegiadas de que disponho não deixam margem para dúvidas, o Luxemburgo Oficioso conta com dois - DOIS - (2) - two - ávidos consumidores cujo quotidiano mais banal inclui uma passeata em Central Park antes de uma incursão à Broadway seguida de um snackzito no Sardi's. Vamos poder finalmente alterar o nosso slogan publicitário e voltar à ideia original, que rezava assim: "Oficioso - o único blogue do mundo que chega a Strassen, à Gare, ao Kirchberg, a Bereldange, a Bascharage, a Troisvierges, a Differdange, à Vila da Feira e ao Lower East Side".

Piursismos

Meus amigos: também eu fui vítima do macaco. Pouco depois das seis. Mas aquele c...lho não dorme?! Para me comunicar que não tinha feito as duas contratações previstas para o jogo desse domingo à tarde. Mas... então a equipa não estava já completa?! Seriam precisos mais dois avançados?, perguntei aos meus botões (da braguilha do calção de pijama). A explicação do mistério surgiu lá para o início da noite: o nosso médio defensivo estava indisposto, recuou para a defesa – de tal forma que até interferia na acção do guarda-redes –, e por conseguinte era necessário o reforço da linha de ataque. Sim, porque os extremos revelavam-se na sua máxima pujança (estão em grande forma neste recomeço de época) e não tinham milieux de terrain para dar sequência às suas investidas.
Não obstante a necessidade evidente desses reforços, e pese as expectativas dos misters (Ip e Ra), o Roso não efectuou as contratações... Urso!