Espanta-me a falta de solidariedade da Minhoca que ataca os autobuses como se se tratasse de um atentado à cidade. Nada mais errado. Os autobuses, toda a gente sabe, existem para que tu, Minhoca e outros vermes como tu, deixem os carrinhos em casa. Para evitar a fumaça. E isso dos autobuses criaram fumaça é mentira. Até há um que anda a hidrofuel ou pilha atómica ou lá o que é.
E depois um portuga não pode criticar os autobuses. Afinal, eles foram feitos para nós! É uma das muitas provas de como somos amados neste país de acolhimento que é o nosso.
Entra um dia num autobus Minha, ó entra. E vais ver que só se escuta a língua de Camões. Uma delícia. Nos autobuses é dos poucos sítios, tirando Gude Frende, onde ainda se pode praticar a língua portuguesa. Não acabem com eles. E até ouvi dizer que a comuna ia começar a recrutar portugueses para os conduzirem; desde que aceitassem ser luxemburgueses e passassem o brevet de piloto de linha.
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5 comentários:
1. Os autobuses não largam fumaça (negra, fera, intoxicante!) se não passarmos atrás deles num raio nunca inferior a dez metros…
2. Para cada autocarro a hidrogénio há 50 a carvão!!!
3. Já há portugueses a conduzir autocarros. Felizmente, porque são talvez os únicos que têm algum respeito pelos restantes utentes da via pública (incluindo peões).
4. Estou marreco de saber que os autocarros não são feitos para eu deixar o carro em casa. Isso é nos regimes ditatoriais. Nas democracias, os autocarros são feitos para transportar aqueles que deixam os carros em casa, ou que não têm carro.
5. Eu quero escutar a língua de Camões em todas as rádios luxes, nas televisões luxes, nos espectáculos luxes onde há interpretação da língua autóctone para inglês. Não quero ouvir a língua de Camões só nos autocarros ou nos camiões do lixo, não quero!
Ó Cavaco,
Tu nunca percebeste nada de cultura não era agora que ias aprender. Eu nunca disse que os autobuses poluem pouco, eu acho é que os autocarros do burgo são como cafés, como tertúlias ambulantes. São pontos de encontro da Dona Rosa com a menina Carminda que trabalham na O-Net e que assim têm a oportunidade trocar impressões, falar do referendo de Julho e aconselhar receitas de refogado. É essa função cultural, de reforço da identidade lusitana que eles têm. E isso não é kokozização; é anti-integração. E como dizia o outro: "o que é anti-integraçom, é bom!".
os “autobuses” vazios andam vazios porque tem de haver sempre um autocarro para uma velhota luxemburguesa que queira beber o seu café a cidade do Luxemburgo ;)
Espaço a menos autocarros a mais, portugas a mais, habitação social de menos, trabalho para uns, desemprego para outros, baixos salàrios para uns, milhões para outros, chamam a isto primeiro mundo???A Europa nunca esteve tão mal como hoje, o Luxemburgo não foge à regra, o que nos salva é esta segurança social e nada mais, jà não se enriquece porque hoje em dia jà nenhum Portuga come unhas de porco e chips Portuguesas (orelha de porco) e vai para a janela comer ar e vento, querem é altas màquinas, roupa de marca, altas saidas tipo night e dizem, carro novo!!!, roupa nova!!!, casa nova!!! "é jà a seguir, mas é que é jà a seguirrrrrrrrrrrrrrr!!!
Eu concordo com o Quinhe. A função de plataforma intercultural privilegiada e móvel dos buses da city incrementam na nossa comunidade um espírito de solidariedade e partilha de experiências que não deve ser menosprezado. Deixem-me contar-vos uma estória: Um dia, num semi-inane bus (a não ser que fosse num semi-bus inane!), chegaram-me aos coiratos as conversas soltas de duas "fames de ménage" cinquentonas.
Excertos (escolhidos) de um diálogo ouvido furtivamente:
- Atão nã vés qu'eu cuzinho pó mé marido todo o santo dia e ontem ele teve o displante de deixar o frango a treinar no figorifico! Raios partam o home, hoije fica sem comer!
- Se eu fizesse isso ao meu, levava logo nas trombas!
- Era o qu'faltava qu'ele me batesse, levava logo com a pubela cheia de merda no fucinho!
- Ah, o meu se o faz, é porque se preocupa comigo! Eu às vezes até faço asneiras!
- Lá em casa, eu é qu'me preocupo com o meu. Um "coq ó vã" feito com tanto amor e o estupor...
- Olha, como é que se faz isso, dás-me a receita?
- Claro, é fasslíssimo! Pegas num frango bem gordo...
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