Ontem uma puta disse-me que não gostou nada de trabalhar na Guadalupe. Estranhei. Porque é que não gostaste? Tanto sol, belas praias. As pessoas, explicou, não são normais. Cheguei à conclusão que de que todos os insulares têm uma pancada. Como assim? duvidei. É. Acredita, insistiu. Então queres tu dizer que os ingleses são todos apanhados do clima? Por acaso até são um bocado, continuou. Mas a Grã-Bretanha não é uma verdadeira ilha no sentido em que é demasiado grande. As pessoas não se apercebem de que estão numa ilha. Percebi a lógica mas continuei a duvidar da veracidade da teoria.
Garanto-te. Há uma espécie de alienação de todas as pessoas que vivem em ilhas pequenas. Ficam transtornadas, diferentes, esquisitas. E no meu trabalho descobrem-se mais facilmente as pancadas que noutro métier qualquer, explicou. Não pude deixar de lhe dar razão. A "line of work" da Karine é de facto uma montra da condição humana como há poucas.
Será que ela tem razão? Será que todos os ilhéus têm pancada? Será que o Casimiro saiu da ilha a tempo? Fiquei a matutar nisto toda a noite enquanto pensava que a Karine tem um dos melhores cús de todos aqueles que já se sentaram em cima da minha mão esquerda...
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