quinta-feira, 31 de março de 2005

Ai Wojtyla, Wojtyla...

Sua santidade andou por esta terra em altos luxos, agora está a pagá-las todas juntas. Nem é preciso falar em coisas como os escândalos financeiros, a implicação em redes terroristas ou os negócios em armamento; basta citar a opulência das suas peregrinações. Nas numerosas viagens de turismo e propaganda fazia-se rodear do bom e do melhor: eram tapeçarias únicas, copos do cristal mais fino e louça antiga, só vinhos de colecção, quadros da Renascença para decorar os seus recolhimentos, aviões a abarrotar de assistentes (para as refeições, para o banho, para tratar das unhas, para cuidar do corpinho, para lhe dizer as horas e ligar o ar condicionado). Agora, é a vez de Deus gozar como um alarve: “Andaste para aí à grande e à francesa, agora sofres, meu c...lho!” Deus nem o quer levar. Só quando se fartar de brincar com o Karola. “Santificaste essa vaca da Teresa, tirana de criancinhas asiáticas, agora toma lá. Sofre aí como um perro, antes de te juntares a ela!” Andavas de cu tremido, em carrinho à prova de bala com medo de quê?, de ires mais cedo para junto do Senhor? Ele andava descalço e espetaram-no numa cruz...! Até parece que o estou a ouvir: “Eu cá comia pão seco; tu, era só faisão... Pois agora vais comer pelo nariz, meu sacana!” Há um pedaço da sabedoria popular que deveria ser inscrito nas Escrituras, pois bem parece palavra do Senhor: “Cá se fazem, cá se pagam!” E quando, finalmente, passares para o lado de lá... não penses que vais direitinho pó Paraíso, não; vais ter de virar à esquerda, subir a colina e do teu lado direito verás a porta do Gulag que o amigo Vissarionovich Chugashvili já lá instalou, para ti e para santidades como tu.