segunda-feira, 26 de abril de 2004

O código genético agora já não tem mesmo salvação!

Na semana passada o Albino (aka Mangas) telefonou-me para me dar a notícia: as gajas têm todas de ir embora, pá. Todas. O governo decidiu que gajas de leste que não sejam dos novos países têm até ao fim do mês para regressarem à terra delas.
Fiquei meio confuso e não percebi muito bem. Não tenho lido os jornais locais, por isso não tinha sabiado no momento em que a decisão foi tomada. Dizem que é protecção do mercado de trabalho. Outros defendem que é por causa da máfia russa que cada vez está mais presente cá no burgo. Outros alegam que em alguns cabarés há sexo em troca de dinheiro e que o executivo quer lavar essa mancha antes das eleições de dia 13 de Junho.
A razão não me interessa. As consequências, essas sim, preocupam-me. Que gajas é que os donos dos cabarés vão oferecer à clientela? Que nacionalidades vão substituir as nossas estimadas russas, ucranianas, bielorrussas, moldavas...? Alguém já falou em marroquinas! Deus nos livre.
Resolvi informar-me melhor e ir buscar a água á fonte, que é como quem diz ao cabaré. A N....... (nome omitido para protecção da Nadège que por acaso não acredito que se chame assim que lá na Moldávia cá para mim não há Nadèges); dizia eu que a N....... confirmou que todas as raparigas têm de se ir embora até dia 1 de Maio. Ironia do destino! No dia em que a Europa celebra o alargamento a Leste, em que o abraço que consagra a queda do muro e o princípio de uma paz duradoura depois de anos de guerra fria, nesse mesmo dia histórico para o velho continente, as autoridades luxemburguesas dão uma machadada na amizade entre os povos e efectuam um extermínio total das raparigas que embelezavam a paisagem nocturna do país, por si só já muito depauperada.
Mais uma machadada no potencial enrequecimento do código genético do Luxemburgo, disse o Roso. E com razão. os casamentos que iam unindo Svetlanas e Irinas aos Jos e Pols desta terra nesta terra em que a consanguinidade grassa vão desaparecer. O enriquecimento do código que se encetou com italianos, se continuou com portugueses e agora se diversificava ainda mais com as nossas meninas de cabaré vindas de leste vai por água abaixo.
E que fazer agora que os cabarés vão certamente passar a oferecer latino-americanas e árabes como atracções principais? De nada me servem as minhas ensaiadas frases em russo "nhi gabariu pó rusqui" e o sempiterno "piziétes" que fazia rir umas e corar as outras. Vou ter de aprender a dizer algo mais que "salamalecum", mas se calhar ainda fico a ganhar que espanhol já sei e com as guatemaltecas até sou capaz de ter mais sucesso que o Roso e o Nando juntos com as ucranianas.

quinta-feira, 4 de março de 2004

Roux Jean

Há muitos, muitos séculos, um francês abandonou as vacas do seu lieu de origem (que nem village chegava a ser) para ir em peregrinação a Santiago de Compostela. Tendo perdido o bilhete de regresso, aqueles montes calcorreou em busca de poiso definitivo. Jean de seu nome, bigodaça gaulesa farfalhuda, cabelo ruivo mal amanhado que lhe colou alcunha e depois apelido, acabou por se estabelecer entre o Douro e o Atlântico. Simples e generoso, "Roux" Jean acabou por ser enganado pelas lendas sobre moiras encantadas. Por isso, o seu objectivo na vida passou a ser o de fazer comer carne de porco ao resto de mouros que se arrastavam pelo reino desde que o primeiro Afonso partiu desenfreado para sul. O nosso Roux Jean abriu então uma tasca na Ribeira onde apenas servia pedaços de carne de porco, estufados, acompanhados de charcutaria da época e folha de abóbora (ainda não se conhecia a batata). E teve muito sucesso. Aquilo foi uma revolução gastronómica. Os tascos oferecendo a mesma ementa surgiram como cogumelos por toda a região. Não se comia outra coisa. O Roux Jean morreu, os descendentes também, mas o rojão ficou indelevelmente associado à cozinha lusitana.

domingo, 11 de janeiro de 2004

O Fausto já foi ao Chez Nous, pelo menos a julgar pela sua última canção.

"Toque a minha língua agora
nos seus lábios de champanhe
molhe os meus lábios depois
na sua boca durante
a volúpia da palavra
(...)
No seu corpo a oiro e prata
que se move e se remexe
se tudo o que desce sobe
e tudo o que sobe desce
(...)
Deus não dá sinais de vida
resta-me a sua elegância
em puro céu de sol e lua
enfeitada de obrigações
de acções e mais
coberta e nua
em negócios figurados
cibernéticos dinheiros
viver tão só
em liquidez
de recessões
e de delírios
financeiros"
in "A Ouro e Prata", do álbum "A Ópera Mágica do Cantor Maldito", 2003

Para escrever isto o gajo esteve de certeza no Chez Nous, não acham?

Nandinho da Cláudia

sexta-feira, 2 de janeiro de 2004

Bom ano!

Os meus votos para este ano? Primeiro que os meus co-bloggers escrevam qualquer coisinha (que jeito tenha). E segundo que este blogue tenha um milhão de hits durante os próximos 364 dias.

domingo, 21 de dezembro de 2003

Ia escrever umas linhas mas... não sei se seria aprovado pelo superior conselho dos sábios!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Limpeza ética.

Este blogue está a precisar de uma limpeza. Este blogue devia ter regras. Estritas, daquela que ninguém pode nem deve questionar. Este blogue está a precisar de um Hitler para pôr ordem nesta merda. Mas está também a precisar de um Kant e de um Voltaire e de um Cesário Verde. Gajos que escrevam. Gajos que tenham ideias e que ainda se lembrem delas quando se sentam diante de um computador. Este blogue não precisa de pequenas ejaculações de raiva ou prazer. Este blogue precisa de comentários. Mais do que isso, precisa de opiniões. Este blogue precisa é de novos bloggers.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

E eis-nos perante o maior ataque pessoal da história recente portuguesa. Desde o assassinato do General Humberto Delgado que não se via nada igual.
Mas eu resisto...
Por falar nisso: mandei-vos à merda recentemente? Não? Então ide, ide meus filhos!