terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Blogues e outros bichos

Este fim-de-semana encontraram-se em Differdange uma camada de bloguistas (ou será blogueiros?). Uma iniciativa gira que serviu para os bloguistas se encontrarem, para outros se armarem e para alguns descobrirem que afinal há vida no espaço virtual e que não estão sós.
Gostei de participar neste encontro cheio de vida, com muita gente diferente. E gostei ainda porque a motivação daquela gente me deu vontade de voltar à vida activa opinativamente falando.
De vez em quando dá-me destes ataques: apetece-me falar, reclamar, botar cá pra fora tudo aquilo que enche a minha vesícula e só sai a xutos de Buscopan.
Uma das coisas que me anda aqui atravessada é, por exemplo, uma publicação do meritíssimo Jornal do Fundão sobre os portugueses do/no Luxemburgo. Uma ideia gira e original, mas que me fez mal à vesícula pela singeleza das declarações de uns ou pela vaidade das de outros.
Deixo só aqui um excerto de uma entrevista curiosa e que, certamente, o jornalista adulterou porque imensas imprecisões saltam aos olhos daqueles que, como eu, já cá estão há muitos anos (sim sim, já são quase 17) e conheceram as capelas todinhas. Então aqui deixo algumas citações, seguidas de várias possibilidades sobre o nome do actor de tais declarações; cabe ao estimado leitor deitar-se a adivinhar. Quem conseguir recebe um ano de assinatura gratuita a este blogue:

"Criei a Confederação das Associações Portuguesas porque estas associações andavam cada uma para seu lado"
Quem o disse? Filipe Faria / Coimbra de Matos / José Trindade / Luís Barreira

"Começamos como uma rádio de vão de escada, numa cave, onde apenas tínhamos dois microfones e um caixote de sabão a servir de banco"
Quem o disse? Jaime Gonçalves / Manuel Chora / Luís Barreira / Mário de Abreu

"A primeira vez que eu peguei num carro fui parar à Alemanha sem sequer dar conta"
Quem o disse? General Patton / Luís Barreira /Michael Schumacher / Zé do Tuning

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Obrigado! A sua colaboração é essencial porque nós perdemos o único exemplar que tínhamos da revista.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

O mais velhinho...

Vem nos jornais desta semana que este blogue é o mais antigo do Luxemburgo.
A sério?
Pelo menos em língua portuguesa parece que sim. O que é uma honra para nós, os seus papás.
Mas mais problemática que a honra é a responsabilidade. Como todos as crianças, os blogues também precisam de serem amamentados, acarinhados, e outras coisas acabadas em "ados" ou "idos".
Por sermos o mais velhinho cá do burgo temos responsabilidades que vamos assumir a partir de agora. Ou seja, vamos continuar a "postar" para manter vivo este menino que já está quase a ir para a escola...

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Yahoo! troca a Madeira pelo Luxemburgo

Reproduzo um artigo de blogue de Miguel Frasquilho, pelo seu interesse evidente.

Esta semana, soube-se que a gigante norte-americana Yahoo! preferiu o Luxemburgo à "nossa" Madeira, para instalar a sua plataforma electrónica europeia.

Depois de ter negociado com a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira a instalação desta plataforma em território português, na chamada "pérola do Atlântico", afinal, a Yahoo! optou por outras paragens.

E por que terá isto sucedido? Porque, com a subida da taxa normal de IVA decidida pelo Governo, para 21%, a taxa praticada na Madeira subiu dos anteriores 13% para 15%. E, assim, a Madeira deixou de ser a região da União Europeia com taxa de IVA mais baixa, tendo passado para uma situação de igualdade com outros Estados-membros, entre os quais saliento o Luxemburgo.

Ora, a partir do momento em que a vantagem fiscal desapareceu, e dado que o Luxemburgo tem um melhor posicionamento geográfico (mais central na Europa), menores níveis de burocracia e melhor qualificação de recursos humanos, a Yahoo! optou, naturalmente (e infelizmente para nós...) por escolher aquele país para instalar a "tal" plataforma electrónica na Europa que, de acordo com as regras comunitárias, prestaria serviços que seriam tributados à taxa de IVA em vigor no país escolhido.

Este exemplo é bem elucidativo da importância que a competitividade fiscal tem hoje em dia na localização de empresas, sejam elas originárias de onde forem. No nosso caso, dado que temos desvantagens enormes face à realidade europeia - como as acima identificadas pior localização geográfica, maior burocracia e pior qualificação de recursos humanos, e ainda, acrescento eu, uma legislação laboral mais rígida e uma justiça "tão-lenta-que-às-vezes-até-parece-que-nem-funciona" - essa importância é ainda maior.

Neste caso, dado que a fiscalidade deixou de ser vantagem, pronto, a deslocalização aconteceu mesmo.

Mas, grave, grave mesmo é que tenhamos um Primeiro Ministro (PM) que já por uma vez, na Assembleia da República, me transmitiu, textualmente, que "(...) não acredito em nada do que você defende no domínio fiscal!".

Pois, Sr. PM, sem querer "puxar a brasa à minha sardinha", seria bom que passasse a acreditar. Porque esta é a realidade e nada há a fazer.

Se quereis continuar a ler, ide directamente ao artigo, carregando aqui.

sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Cuidado, eles "andem" aí

Uma nova sub-espécie de tuga surge neste frenesim orgásmico pré-eleições locais grão-ducais: o candidato-fantasma.
Principais características: é criado em cativeiro em apenas algumas semanas (ou mesmo dias), não precisa de farinha de engorda nem de alpista, não precisa de estar inscrito nos cadernos eleitorais, não precisa de poder votar nele próprio, não precisa de saber distinguir a mão esquerda da direita, não precisa de saber falar luxemburguês ou português. Não precisa sequer de saber falar. Não importa se é dos azuis ou dos vermelhos mas quer comprar um gravata verde para "estar janota" no dia 9. Não faz mal se não sabe dizer o nome do partido e o que este defende nem o que a sigla significa.
Requisitos exigidos: Basta ser trigueiro, baixinho, ter barriga de cerveja, bigode (se for mulher é uma mais-valia!), se possível maçãs de rosto vermelhuscas do "tinto" e saber soletrar aproximadamente "caralho".
Ensinaram-lhe umas habilidades circenses para causar efeito antes do dia 9: abanar a cabecinha ora pra cima ora pra baixo, sempre a dizer "Jo! Jo! Van ech klift!" e a concordar com tudo com a personalidade daqueles cãezinhos na tampa da bagageira-automóvel colados com o nariz ao vidro a dar-a-dar. De vez em quando cruza os dedos arrenganha a tacha e diz as únicas palavras permitidas "bota na minha lista, fuoda-se, porque és tuga e eu tumbém!"

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Morning Café

Se vocês não forem adeptos do SLB e/ou não gostarem que apresentadores de televisão e/ou jornalistas manifestem publicamente as suas preferências clubísticas, protestem e/ou deixem de ver o programa "Morning Café" na M6. O novo pivot atreveu-se, na emissão de ontem, a soltar um sonoro "Viva o Benfica!". Os colegas de emissão mostraram desagrado pelo desvario, achando que ele deveria estar "do lado" do Lille, ao que o moço desabafou: "bah, c’est mon club portugais, alors..."

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Nova grelha oxidável

Em Setembro, a Rádio Latrina alterou por completo a sua grelha de programação “face aos novos desafios de um futuro que mais alto se alevanta e vai chegar”, disse visivelmente auto-satisfeito e no seu estilo barrocócó o seu director-geral-principal-mor, Luiz Sem Beira, acompanhado pelo seu fiel director de desprogramação João do Pincel que acrescentou: «Tá tudo completamente diferente: de manhã vamos pôr música portuguesa, à tarde nem por isso, à noite discos pedidos». Anamaria Queque continuará a abrilhantar as manhãs da semana e os sábados ficam à responsabilidade de Carlos com Mel de manhã. Os entardeceres continuam a ser Pedro Espigues ou a Cristina Papalves.

As notícias novas recortadas do jornal continuarão a ser garantidas por Adelino Comes (?), Sérgio Farandoleira e Manuela Bravo...heu… Pereira.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Adivinha de fim de verão

O Leonardo é um génio. Não o que nasceu em Vinci, que esse também antes de o ser já o era, mas sim o Cohen, que nasceu em Montreal e que de vez em quando trauteia: «o verão está quase no fim, o inverno está a afinar-se, o verão está quase no fim mas há muito que continua para sempre...». O fim do verão é melancólico, mas é saudável e reconfortante ver que há coisas que nunca mudam; há uma porção enorme de anos foi o (então comissário europeu por Portugal) João de Deus Pinheiro a ser confrontado no aeroporto com umas mantas muito quentinhas que tinham sido gamadas do avião da TAP; este verão foi um conhecido empresário tuga no Luxemburgo que tentou fazer uma parecida (e com os mesmos resultados embaraçosos) à Luxair. O Leonardo conclui: «Eu não me posso esquecer, só que não me lembro de quem»