segunda-feira, 24 de novembro de 2003

O Chiquinho da Caixa.

O Chiquinho da Caixa comprou um Jaguar. Na sexta-feira fui lá para fazer umas transferências e ele perguntou-me se eu estava contente com a minha máquina. A minha cara de surpresa - nunca falei de carros com o Chiquinho e até estava convencido de que ele prefere transportes públicos - deve ter-lhe feito perceber que eu já devia ter trocado de carro desde a última vez - de que não me lembro - que falámos desse assunto. "Tu ainda tens o Porsche?", indagou. Expliquei que não, que graças a Deus agora tinha um carro que em que as varetas de regulação da direcção não empenavam e que permitia fazer viagens com mais do que uma escova de dentes e uma namorada.
O nome Subaru só soltou um pequeno "ah" ao Chiquinho que coçou a barba mal feita, ajeitou o cinto para cima da barriga e sorriu com ar de jogador de golfe. "Eu recebi anteontem o meu Jaguar". Disse-lhe que ai sim?, disse-lhe que era um carro fixe e que tinha uns bons interiores. Ele concorda e acrescenta que as madeirinhas são maravilhosas, mas que esteve quase a bater no carro da frente num semáforo porque estava a dar brilho à nogueira do porta-luvas com um paninho próprio que eles vendem lá na Jaguar. E foi lá também que acabou por comprar os tapetes, apesar de serem caros, porque tu não imaginas, estes tapetes que eles vendem têm três pontos de fixação para não escorregar quando tu mexes com os pedais. Mas não são uns pontos de fixação quaisquer: estes são virados para fora, porque assim o tapete não encorrilha.
Tá visto, os ingleses estão a bater os alemães e os japoneses na guerra tecnológica.

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