quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Anarqa

Convidaram-me para participar num blog que muito orgulhosamente em dialecto tuga se chama Luxemburgo Oficioso. Nada que se pudesse adequar mais à minha criatividade à margem das regras (senão, como explicar o exótico q em vez do vulgar c ou mesmo do piroso k?), agora que saí da República dos Brandos Costumes para vir parar ao Grão-Ducado da Puritana Moral. Apesar disso, não fosse a localização geográfica e seria capaz de jurar que vivo nos antípodas da minha imbicta natal. Como compreendo esse tal de RR quando diz (e passo a citar, já que não poderia ser melhor resumido) "Aquilo que nas ruas do Porto me enerva no Luxemburgo-City faz-me falta". Mas não me interpretem mal, estou apenas a exorcisar os meus medos. Nunca vivi no interior e muito menos num sítio onde o sol brilha quando o rei faz anos (perdão, o Grão Duque). Mas a verdade é que prefiro aqui estar e acredito que o futuro será mais risonho a partir da nação-burgo (o optimismo ingénuo sempre foi uma das minhas melhores qualidades). E por isso quero sentir essa tão falada calidade de vida e, como diz esse tal de Pedro Alves, conhecer-lhe os pais, as primas, o cão e, sobretudo, a casa de férias. Claro que isso não será muito difícil já que isto tem menos de cem mil habitantes e todos os dias vejo as mesmas caras na rua, caras que até já conheço do ano passado (não estou a falar das caras da máfia portuguesa, obviamente, essas caras não estava à espera que mudassem). Pensando bem, a diferença não é assim tão grande para quem anda duas horas por dia a atravessar a cidade do Porto de autocarro. Enfim, vou seguir o conselho desse tal de Zero 7 e arranhar a superfície para ver o que acontece.

Como disse Woody Allen quando um dia lhe perguntaram o que achava do Luxemburgo, "Não só Deus não existe mas tentem lá encontrar um magasin aberto depois das 19h"

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