terça-feira, 23 de setembro de 2003

É relativo...

Nem mesmo as divindades e os demónios escapam à relatividade: eles definem-se relativamente aos restantes e a cada um deles – o que representa a guerra é forte porque o que fala pelo espírito é fraco e delicado; o patrono da caça é matreiro porque o que responde pelo amor é simples e ingénuo. No mesmo plano há quem coloque o universo – primeira unidade e poder mais forte –, e até ele se perfila diante de um padrão, para que possamos entender se se expande, e para onde, ou se se contrai, e em que eixo o faz.
Nem eu nem tu, nem nenhuma parte de nós, se individualiza suficientemente para que não tenha medida, nem nome, nem retrato. Até as probabilidades têm referências. Os espelhos mostram sempre alguma coisa, mesmo quando tu não estás a olhar para eles nem alguma coisa por ti. Há existências que se revelam pelas suas próprias sombras, os contrários são irmãos gémeos, a ilusão é a realidade do irreal, uma grande distância compõe-se de muitas pequenas distâncias. Por mais curta que seja a vida, não há linhas rectas, mas tu sabes que elas existem quando as traças relativamente a dados arbitrários. Por oposição a não é prova de contraste, muito menos de contradição, é admitir um mundo de pares, e de grupos de pares.
No trajecto entre uma metade e outra encontramos o equilíbrio, sem ser preciso colocarmo-nos a meio termo. Ao estabelecermos que se existe por colocação, numa escala, perante algo ou alguém, não nos furtamos à relação com o objecto cuja existência confirma todos os elementos pelos quais nós nos podemos identificar, sem todavia nos individualizarmos. Embora possamos não nos deixar submeter ao conjunto, e decidir

NdR: Grrrr!!! Porque raio não acabei eu este texto, há quatro anos?! Podeis explicar-me?

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