terça-feira, 23 de setembro de 2003

Sem carros

Hoje festejou-se com discrição o dia da mobilidade e da cidade sem carro e dos autocarros gratuitos. A iniciativa europeia mais demagógica dos últimos tempos só seria levada a sério se se criassem as alternativas necessárias. Mas não. No Luxemburgo os transportes públicos eram gratuitos, mas não estavam mais cheios que de costume (ou seja, estavam quase vazios). As ruas estavam como sempre, e o trânsito até estava mais lento ao final da tarde porque chovia e os luxemburgueses não sabem conduzir com a estrada molhada (realidade que os aflige 200 dias por ano).
Com o pretexto da mobilidade e do dia europeu sem carro, voltam à praça pública os anti-automóvel. Primeiro ponto na agenda: diminuir os limites de velocidade para 30 km/h nas localidades e 70 nas estradas nacionais (os mais radicais querem também reduzir para 100 o limite das auto-estradas que recentemente passou de 120 para 130). Segundo: proibir o acesso dos carros ao centro das cidades.
Este último objectivo está quase atingido na capital do Luxemburgo. Actualmente, apenas os residentes podem estacionar as suas viaturas na cidade sem pagar e isto por períodos limitados. Os que morarem noutros pontos do país ou os estrangeiros têm de pagar tarifas que podem chegar a mais de um euro por hora.
Os carros correm risco de extinção, embora a WWF ainda não tenha lançado abaixo-assinados, nem o Greenpeace organizado acções de publicidade contra a prepotência das autoridades que me impedem de andar a 200 à hora e que me pedem dinheiro pelo espaço que o meu carro ocupa quando parado. A mim que já pago imenso pela gasolina quando estou em movimento.
Nisto do dia sem carros o exemplo chegou do Porto que colocou barreiras para fechar certas zonas da cidade e que à hora de almoço as retirou para tentar resolver a situação caótica que se tinha gerado nas artérias da cidade.

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